Uma estreia repleta de história: a inauguração do Salão Capela do Espaço Shangrilá, um lugar onde a união se inicia e prospera!
Por Henrique Melo e Júnio César do Amaral Melo
E eis que o Espaço Shangrilá anuncia a inauguração do novo local para eventos, o Salão Capela! São 140m2 de muita história, dedicação e carinho de todos os nossos profissionais.
O evento de estreia não poderia ter sido mais especial, pois foram as bodas de 65 anos de casados dos meus avós João Cordeiro (vovô Cordeiro) e Maria José (vovó Cinica). A cerimônia foi presidida pelo Padre José Raimundo e Padre Elton, ambos de Carmo do Cajuru e contou com a presença de muuuuitos familiares e amigos, que se deliciaram do café da manhã ao almoço com as delícias do Bufet Iracema, de Pará de Minas. Um dia inesquecível, emocionante e abençoado por Deus! Os olhares atenciosos de Geraldo Lara e equipe eternizaram esse momento em belas imagens, que acompanham o texto de homenagem escrito pelo meu tio Júnio César (Juninho), que resumiu em belas palavras a trajetória maravilhosa desse casal que amamos muito!
É com imensa alegria que lhes dirijo algumas breves palavras neste dia tão especial para todos nós, parentes e amigos do Sr. João Cordeiro e Dona Cinica.
São 65 anos de muitas histórias. 65 anos de amor, lutas, cumplicidade e intimidade. Ambos já fizeram de tudo um pouco em sua vida da qual nos espelhamos e nos orgulhamos muito enquanto filhos, genros e noras, netos e bisnetos. Pois sempre mantiveram a religiosidade, o caráter, a família e os amigos em primeiro lugar.
O termo boda tem sua origem no latim “vota” que significa “promessa”. Boda é, então, uma celebração de casamento. O nome é mais usado no plural: bodas e se refere aos votos matrimoniais, feitos no dia do casamento. Para cada ano de bodas existe um material que representa a nova etapa, e faz parte da nossa cultura ocidental comemorar o aniversário de bodas.
A tradição das bodas surgiu na Alemanha, onde era costume de pequenos povoados, oferecer uma coroa de prata aos casais que fizessem 25 anos de casados, e uma de ouro aos que chegassem aos 50. Então, com o passar dos séculos, foram criadas outras simbologias para os anos seguintes, e quanto mais tempo de casados, maior é a importância do material, do elemento, que vai do mais frágil ao mais resistente.
Hoje, nossos pais chegaram ao registro de Bodas de Ferro ou Safira que simboliza 65 anos de casados. E essa marca não é para qualquer um. E quando se vive intensamente, com alegria, o tempo passa voando. Cada casal tem sua história, um tempo, uma vida. Meus pais se conheceram muito jovens, cada um com suas qualidades, diferenças e particularidades. Tudo começou quando se conheceram durante as celebrações de Semana Santa em Carmo do Cajuru em 1951, um ano antes do casamento. Ela, Maria José, uma linda menina de olhos verde-esmeralda, encantadora. Ainda é. Casou-se com 17 anos. Ele, João Cordeiro, um jovem do campo, descolado, cabelo muito preto e um sorriso fácil. Ainda é. Casou-se com 21 anos. O laço matrimonial ocorreu logo depois do encerramento do tradicional festejo de Nossa Senhora Carmo, numa segunda-feira do dia vinte oito de Julho de 1952, na Vargem do Carmo. A cerimônia ocorreu pela manhã, às 10 horas, como era o costume da época, na fazenda dos meus avós maternos, Modestino Rabelo(Vô Modesto) e Placedina (Vó Sinhá), seguida do tradicional almoço de recepção, como será no dia de hoje. E viva nossa Senhora do Carmo (16 de Julho, um dia realmente especial).
Enfim… Começaram a vida com todas as dificuldades que um jovem casal inicia. Foram morar na casa dos nossos avós maternos, na Vargem do Carmo, e lá permaneceram por 1 ano. Então mudaram para uma região chamada de Açude. Lá nasceram minhas irmãs Maria de Fátima e Maria Lúcia, assim como meus irmãos José (o Amaral) e João Batista. Quando Joãozinho completou oito meses de idade, em Agosto de 1960, mudaram para a casa sede atual, em Jacarandá. Lá nasceram meus irmãos Ovídio (nome do nosso avô paterno) e Aparecida os quais, infelizmente, não estão conosco mais. Aqui registro a lembrança do meu pai nos levando para visitar meus avós Ovídio Fabião e Maria Cristina (Dinha Tina) na ocasião das missas de sábado. Bons tempos. Voltando aos filhos, na sequência, vieram os irmãos Vicente Paulo e Geraldo, que nasceram na própria fazenda, como era o costume da época em que os partos eram realizados em casa. Por fim, vieram meus irmãos Marcelo, que nasceu em Carmo do Cajuru também dentro de casa, e na sequência Marco Aurélio, Márcio Henrique, eu, Júnio César e, por último, Raquel Cristina, os quais nasceram em Divinópolis, pois não havia naquele tempo Hospital ou Maternidade em Carmo do Cajuru. Faço aqui um registro do meu nascimento, pois nasci no caminho, indo para o Hospital no dia 07 do 7 de 77, dentro da Caminhonete C-10 Azul. Ufa, ainda bem que deu certo, não é mesmo?
Os dois juntos enfrentaram 6 décadas e meia de muitas mudanças, e, com certeza, nesse percurso todo, tiveram momentos de tristeza e alegrias, de derrotas e vitórias, de tentativas e de desistências, mas de muita perseverança e dignidade. Acreditamos que muitas situações devem ter sido colocadas na balança e renúncias foram feitas. Mas em meios de tantas dificuldades, certamente superadas, nunca deixaram de agradecer a Deus pela Vida.
Este meu pequeno discurso é, na verdade, um pedido do meu pai, um pedido feito por ele para que eu preparasse um agradecimento. Acredito que ele queria dizer “que se agradecesse a presença de todos vocês.” Então assim eu faço: Em nome de toda nossa família, gostaria de agradecer de coração a todos aqui presentes, por fazerem parte desta história.
Mas aliás, nós, filhos, genros e noras, netos e bisnetos também temos muito a agradecer ao Casal João Cordeiro e Dona Cinica, pois somos fruto desse amor. Obrigado. Amamos muito vocês!